Sistema do direito, novas tecnologias, globalização e o constitucionalismo contemporâneo: desafios e perspectivas

101 Considerações e preocupações com a saúde do teletrabalhador no Brasil em um contexto... tres, assim como entre animais domésticos e silvestres. Ainda existem muitos indícios de que algumas pandemias terão origem na Amazônia brasileira, justamente por conta da devastação ambiental absolutamente predatória. Por conta disso, cada vez mais estaremos sujeitos a uma ampliação de mutações em agentes patogênicos, especialmente vírus, que podem realizar o chamado spill over que ocorre quando acontece um salto de um agente patogênico de uma espécie hospedeira para outra (como é uma das suspeitas do início da COVID-19, seja com origem em morcegos ou em pangolins). Também se espera uma reemergência de doenças consideradas extintas, por conta dessa nova proximidade entre humanos e animais silvestres. Ainda, a questão das mudanças climáticas, sem sombra de dúvidas, tem um impactante papel no surgimento de novas pandemias e, também, na reemergência de doenças em virtude das alterações na biodiversidade. Percebe-se que a situação apenas piorou: se, em 30 de março de 2020, o Brasil já registrava 159 mortes em decorrência da doença, sendo 4.579 casos confirmados, em final de maio, dia 25, o país tinha um total de 347.398 casos, com 22.013 mortos e em um crescente aumento (apenas no dia 26 de maio foram registrados 16.508 novos casos e 965 mortes). E, em 10 de outubro de 2020, chegamos ao número inacreditável de 150.000 mortos no Brasil. É necessário lembrar que vivemos uma realidade de saúde pública no país onde há uma enorme subnotificação de casos. A epidemia de doença por coronavírus (COVID-19) chegou à América Latina e ao Caribe em um momento de economia fraca e vulnerabilidade macroeconômica. Na década seguinte à crise financeira global (2010-2019), a taxa de crescimento do PIB regional diminuiu de 6% para 0,2%. Além disso, o período 2014-2019 foi o de menor crescimento desde a década de 1950 (0,4%). Nesse contexto, a dinâmica da pandemia de coronavírus, que traz consigo uma combinação de choques externos e internos, será a causa da maior crise econômica e social da região em décadas, com efeitos muito negativos no emprego, na luta contra a pobreza e na redução da desigualdade. Segundo estimativas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), a atividade econômica na região deverá reduzir 5,3% em 2020. Uma vez que a dinâmica da pandemia continua e as medidas de distanciamento

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