O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

20 O espelho quebrado da branquidade O segundo contexto foi a Região do Vale do Itajaí, SC. Ali foi oportunizada uma rica oportunidade de participação no Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Itajaí – CDDHI. Isto se constituiu numa contribuição chave no que tange ao aprendizado e à prática da cidadania. Essa referência histórica da trajetória de militante é uma referência fundamental no fortalecimento de uma consciência identitária. Foi uma atuação que propiciou a ampliação de conhecimentos que auxiliam na base de uma formação transformadora. Foi inclusive possibilitada uma atuação animada no sentido de articular trabalhos comunitários com trabalhos de extensão acadêmica, junto à Universidade do Vale do Itajaí – Univali. Tudo isto marca positivamente a formação de uma identidade social, racial, além de importantes experiências e aprendizados em torno dos conhecimentos relacionados aos direitos fundamentais como educação, moradia e organizações sociais. No terceiro contexto, que está na Região do Vale do Rio dos Sinos, RS, ocorreu a vivência de uma realidade totalmente diferente em relação aos outros dois contextos (Paraná e Santa Catarina), podendo-se dizer que os desafios e enfrentamentos raciais antes percebidos esporadicamente, fazem-se duros e cruciais. Neste contexto a atuação se deu inicialmente na comunidade, na organização de meninos e meninas de rua. Foram experiências duras que exigiram muita dedicação e doação. Foi um período de recuo e de novos aprendizados. Nessa realidade, a participação foi restrita às atividades pastorais, que compreendem complexidades sociais e raciais. Além disso, foram anos marcados por dificuldades de participação e falta de oportunidades e condições sociais. Foi neste contexto de atuação e tentativa de resistência, que cresceu a percepção da complexidade de ser um sujeito participativo e emancipado. As intuições, as percepções e as evidências a respeito da indiferença e das resistências do meio branco (da branquidade), tomaram corpo. Dentro da Universidade, desde 1999, foi possível ver de perto a dura realidade a ser desconstruída e a reconstrução a ser feita, com muita força, resiliência e persistência, no

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