O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 19 ... Introdução AXÉ DA PAZ! Irá chegar um novo dia, um novo céu uma nova terra e um novo mar E neste dia os oprimidos numa só voz irão cantar. Nesta nova terra o negro não vai ter corrente os índios todos vão ser vistos como gente. Nesta nova terra o negro, o índio, os quilombolas e os brancos todos vão comer no mesmo prato. Uma trajetória de participação ativa em diferentes frentes de lutas sociais e em defesa dos direitos humanos, juntamente com as experiências de aprendizado em comunidades, movimentos sociais e raciais na construção de conhecimentos solidificados ao longo do processo, também no meio acadêmico, forma o horizonte das reflexões que compõem este livro. Foram três os contextos que marcaram esta trajetória de afrodescendente e profissional, militante e estudiosa da temática. Primeiramente, a Região do Vale do Ivaí, PR, foi o contexto da infância e de parte da juventude. É onde se encontram as raízes e os laços familiares, trabalho rural na lavoura da família, séries iniciais na escola, trabalho como empregada doméstica na adolescência, trabalhos comunitários junto com a família, através da Igreja e das pastorais. Confrontada com desafios sociais e culturais desde o berço, o engajamento na luta e a militância é algo que está profundamente entranhado na trajetória. O ideal hoje alimentado e que no início era longínquo e obscuro, foi se concretizando de forma muito natural e consciente ao longo do tempo, através das práticas sociais religiosas, por meio das pastorais e movimentos sociais. Um ideal que aos poucos se constitui e solidifica por meio da participação ativa na comunidade, principalmente delineada pela ação e atuação coletiva.

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