O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

140 O espelho quebrado da branquidade dentários em recepções) e, mesmo tendo formação de ensino médio em escola particular, não me abriu porta alguma de trabalho. As moças brancas que não tinham formação como eu, sempre ficavam com as vagas (Entrevista n. 09, UNISINOS). No Vale do Rio dos Sinos, conta-se com a resiliência da ONG Anastácia, ONG Palmares, a União dos Negros Unificados-Unegro e a ONG Nzingá Mbandí e com o Fórum Estadual Permanente de Diversidade Étnico-racial. Igualmente, conta-se com a Secretaria de Igualdade Racial que, aos poucos, tenta se fortalecer. Porém, todas as organizações, até mesmo o próprio fórum, sofrem duras quedas e enfraquecimentos cotidianos, devido às fragmentações e intervenções desarticulas pela hegemonia branca do estado. O quadro a seguir contribui para entendermos o processo que ainda necessita ser entendido sobre a branquitude e a branquidade que ainda se centra na forte dominação sutil, sobre a população afrodescendente. A hipótese é que o processo identitário e de apoderamento dos afrodescendentes ainda estão sob a dominação e poder da branquidade. Desta forma, avaliamos que, nas duas regiões - Vale do Ivaí e Vale de Itajaí - com menos intensidade, e nesta região - a do Vale do Rio dos Sinos -, mesmo criando-se espaço de condições de participação social/racial, os afrodescendentes parecem demonstrar uma emancipação ainda marcada pelo poder da branquidade. O quadro síntese abaixo nos ajuda a entender as relações raciais nesta contemporaneidade:

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