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Figura 15

. Resultado uso de energia de EI e EO para os diferentes cenários testados

Os cenários C1, C2 e C3 consideram diferentes níveis de durabilidade de materiais de construção. Os

cenários A1, A2 e A3 consideram diferentes usos de energia com condicionamento de ar.

A diferença nos resultados apresentados de

demonstra a necessidade de maiores estudos

sobre o desempenho e durabilidade de materiais de construção. Somente com informações

consistentes sobre a real necessidade de manutenção de edifícios será possível estimar com

clareza a ACVE em residências. Dessa forma é evidente a necessidade de uso e produção de

Declarações Ambientais de Produto, regulamentadas pelas ISO 14025, e outros programas de

certificação ambiental.

Já o resultado de energia operacional com eletricidade pode ser maior ou menor do que aquele

para EI, dependendo do cenário de utilização. Como o estudo de caso possui paredes de

concreto, o nível de transmitância térmica da envoltória é alto (4,77 W/m

2

K), fazendo com que

altas cargas de aquecimento sejam necessárias para atingir a temperatura de conforto, quase

duplicando o uso energético para o cenário A1. O cenário com menor consumo, A3 que utiliza

apenas energia de iluminação e equipamento têm valores aproximados ao cenário de menor

consumo de EI. O comportamento da relação de EI com EO, se excluído o uso energético de

cocção, também pode apresentar alta variabilidade e o resultado de ambos é interdependente, na

medida que o aumento de EI pode diminuir a EO, assim como demonstrado por Hammond e

Jones (2008).

A comparação dos resultados de uso total de energia, durante toda a vida útil das residências,

para a composição cenários com maior (C1A1) e menor consumo (C3A3) e outros autores

brasileiros é apresentada na Figura 16. De uma maneira geral o uso de energia com cocção tem

resultados importantes para todos os autores, sendo, 40% para Tavares (2006) e 57% para Silva

(2012). Entretanto, Paulsen e Sposto (2013) têm resultados menores que os demais pois baseiam

esse uso energético em dados secundários internacionais. Tomando como base o Balanço

Energético Nacional (BEN) (EPE, 2016) o uso para energia de cocção

per capta

tem valores

aproximados de 2,8 GJ/ano, resultados inclusive maiores que os demais autores. Mesmo assim,

nos últimos 10 anos percebeu-se a redução de aproximadamente 15% do uso de energia com

cocção no setor residencial, cujo uso inclui principalmente, gás liquefeito de petróleo e lenha,

sendo a queda atribuída ao crescente desuso da última, menos 23% no mesmo período (EPE,

2016).

O uso de EO com eletricidade pode ser bem variável. Os três autores analisados utilizaram

médias de consumo final de energia elétrica, porém com diferenças regionais e temporais. Tanto

Tavares (2006) como Paulsen e Sposto (2013) consideraram regressão linear de dados da

Pesquisa de Posses e Hábitos de Uso de Aparelhos Elétricos do PROCEL para famílias de baixa

renda, com levantamentos de 1997/98 e 2004/06, respectivamente. Já Silva (2012) utilizou dados

de consumo médio para famílias de baixa renda na cidade de Porto Alegre. O resultado para a