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Figura 12.

Iluminação intrusiva

Luminária 3 na Rua General Canabarro, Porto Alegre

Fonte: foto autores (2016)

Figura 13.

Desordem

Luminária 2 na Rua dos Andradas, Porto Alegre

Fonte: foto autores (2016)

Quanto à desordem visual, é o aspecto da poluição luminosa mais complexo de ser mensurado,

pois depende de um julgamento com um grau de subjetividade. Dessa maneira, considerou-se como

desordem o excesso de pontos de iluminação e ausência de lógica compositiva na distribuição

destes, fato observado na Rua dos Andradas, como mostra acima a Figura 13.

5. CONCLUSÃO

Embora a cidade de Porto Alegre esteja passando por um processo de modernização na sua

iluminação pública, sendo implantados equipamentos mais eficientes energeticamente e, por isso,

considerados mais econômicos e sustentáveis, observa-se que o novo sistema agrava os efeitos

da poluição luminosa, fragilizando o atendimento do requisito sustentabilidade. A pesquisa, apesar

de ainda em desenvolvimento, já evidencia que os aspectos negativos relacionados à iluminação

de LED na área de estudo estão associados à sua elevada temperatura de cor, que está numa faixa

que gera os maiores efeitos de brilho no céu e ofuscamento. Enquanto isso, as luminárias históricas,

embora com menor eficiência energética, são as que menos impactam na poluição luminosa, o que

conduz a um questionamento dos reais benefícios do novo sistema e da adequação das suas

especificações técnicas. Consideramos que apenas o viés econômico da sustentabilidade está

sendo atendido, mas o aspecto ambiental não. A busca pela economia é reforçada pelo

aproveitamento da estrutura existente na implantação dessa nova iluminação, pois as luminárias

foram dispostas nas mesmas distâncias das anteriores, apesar de as características fotométricas

serem completamente diferentes. Além disso, observou-se que os equipamentos utilizados não

consideram as particularidades do local em que são inseridos, havendo uma desproporção entre o

que é utilizado e a largura de algumas pistas de rolamento e passeios, o que agrava a iluminação

intrusiva nas edificações residenciais da área. Os resultados preliminares evidenciaram que, apesar

do conhecimento estabelecido sobre o tema, a iluminação pública tem sido implementada nessa

área de Porto Alegre sem considerar o controle da poluição luminosa, tendo um viés

majoritariamente econômico. Embora exista um documento intitulado Plano Diretor de Iluminação

Pública, que procura planejar a implantação dos sistemas de iluminação, este não contém regras

suficientemente abrangentes para controlar a poluição luminosa, além da falta de controle e

fiscalização do processo de implementação como um todo. Futuros estudos podem focar no

processo de implementação dos sistemas de iluminação pública no sentido de buscar compreender