A Segunda Escravidão e o Império do Brasil em perspectiva histórica

99 Raízes escravas da indústria no Brasil Tabela 2: Distribuição da importação dos escravos por regiões no Brasil (1781 – 1855) Quinquênios Centro-Sul Bahia Norte da Bahia Totais % Centro-Sul 1781-85 34.800 - 28.300 63.100 55,15 1786-90 44.800 20.300 32.700 97.800 45,8 1791-95 47.600 34.300 43.100 125.000 38,08 1796-00 45.100 36.200 27.400 108.700 41,49 1801-05 50.100 36.300 31.500 117.900 42,49 1806-10 58.300 39.100 26.100 123.500 47,2 1811-15 78.700 36.400 24.300 139.400 56,45 1816-20 95.700 34.300 58.300 188.300 50,82 1821-25 120.100 23.700 37.400 181.200 66,28 1826-30 176.100 47.900 26.200 250.200 70,38 1831-35 57.800 16.700 19.200 93.700 61,68 1836-40 202.800 15.800 22.000 240.600 84,28 1841-45 90.800 21.100 9.000 120.900 75,1 1846-50 208.900 45.000 3.600 257.500 81,12 1851-55 3.300 1.900 900 6.100 54,09 Totais 1.314.900 409.000 390.000 2.113.900 (média geral) 58,02 Fonte: IBGE, 500 anos de povoamento. Disponível em: <http: www.ibge.gov.br>. A expansão da cafeicultura pelo Vale do Rio Paraíba do Sul e a sua relação com a escravidão já foi alvo de dezenas de estudos, desde a obra monumental de Alfred de Taunay, de 1939, em 15 volumes. Diversos outros autores contribuíram destacando aspectos fundamentais dessa nova civilização surgida na esteira da nossa Independência e da nova classe senhorial conformada. 4 Esta importância econômica, política e social única, que o Vale teve para a nossa sociedade, como não poderia deixar de ser, é revisitada e ampliada pelos autores que aderiram ao conceito de segunda escravidão. O que queremos chamar atenção aqui como uma possívelagendade pesquisa é que o desenvolvimento que podemos detectar no Centro-Sul, no entanto, não foi exclusividade dessa região. Em vários outros espaços brasileiros, ao longo do século XIX, assistimos a uma rápida expansão de atividades primárias exportadoras, além de seus desdobramentos em um processo de urbanização visível pelo conjunto de serviços oferecidos. Outra parte 4 Stein, (1961), Grandeza e decadência do café no vale do Paraíba , com referência especial ao município de Vassouras. Sobre a ideia de civilização e classe senhorial, entre outros estudos, destaca-se a obra de Holanda, (2008) e o trabalho de Mattos, (1994).

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