Os desafios jurídico-ambientais do uso de agrotóxicos

186 A produção de fumo no sistema orgânico no Vale do Rio Pardo e a teoria da... As primeiras tentativas de pesquisa experimental, com vistas a introduzir o fumo no sistema de cultivo orgânico na região do Vale do Rio Pardo, datam da década de 90, através de uma pesquisa conduzida entre a Fundação Gaia (José Lutzenberger) e o CAPA – Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor6, contando com a participação da AFUBRA – Associação dos Fumicultores do Brasil. Os resultados da pesquisa em termos de produção e classe de folha forampositivos, deixando a desejar, na visão da indústria e da AFUBRA, em função dos altos custos de produção, principalmente pelo uso de adubos orgânicos, caso tivessem que ser comprados (ETGES, 1991; LIMA, 2007). Após este primeiro ensaio, que não prosperou, diversos outros ensaios foram realizados. Atualmente nos centros experimentais das empresas fumageiras e com o avanço na pesquisa sobre os chamados insumos alternativos (caldas, biofertilizantes, entre outros), torna-se possível está substituição de insumos e o fumo cultivado no sistema orgânico vem aos poucos se configurando numa alternativa produtiva do setor fumageiro na região, constatado através dos comentários dos agricultores que o produzem, pois os dados e formas de cultivo são mantidos em sigilo pelas indústrias de tabaco que operam este sistema. Portanto, é muito difícil o acesso a esses dados para que se possa estabelecer um comparativo entre os diferentes sistemas, bem como a informações sobre a produção, produtividade e rentabilidade dessa cultura. Para construir com mais rigor, via a aplicação de uma metodologia para buscar compreender o detalhamento do processo produtivo e da relação da indústria com os/as agricultores/as referente ao processo de produção do fumo no sistema orgânico através do SIPT, foram feitos três contatos por telefone e e-mail, um com o SINDITABACO e com outras duas empresas fumageiras que operam com este sistema de produção. Obtivemos um bom e pronto atendimento, mas não houve disponibilidade dos dados referentes à área produzida, 6 A partir de 2015, a descrição da sigla do CAPA passou a ser: Centro de Apoio e Promoção à Agroecologia. Esta é a segunda mudança, sendo a primeira: Centro de Aconselhamento ao Pequeno Agricultor, passando posteriormente para Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (período de realização da pesquisa em questão).

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