Os desafios jurídico-ambientais do uso de agrotóxicos

176 A produção de fumo no sistema orgânico no Vale do Rio Pardo e a teoria da... trial, na busca de inovações tecnológicas. Segundo Tomiello e Guivant (2012), o surgimento desta teoria se sustenta em três grandes momentos: [...] na relevância que a questão ambiental passou a ter em consequência dos desastres ambientais, principalmente a partir dos anos 60; nas críticas às políticas governamentais caracterizadas como pouco efetivas na contenção dos problemas ambientais, implementadas na década de 70; e, a partir da década de 80, na tendência dos ambientalistas tornarem-se menos radicais, mais práticos e orientados para a política, no seu relacionamento com o Estado. Segundo (LENZI, 2006), é possível fazer duas interpretações diferenciadas sobre a modernização ecológica, sendo uma delas centralizada nos mecanismos de mercado e em fatores estritamente tecnológicos e a outra, emaspectos de reestruturação política e moral. A primeira, orientada por Mol e Spaargaren (apud Lenzi, 2006), admite o poder de transformação contido na própriamodernidade. Os autores, certos de que a sociedade industrial contém instrumentos metodológicos e tecnológicos capazes de reverter, minimizar ou compensar a degradação através do uso de tecnologias limpas, são céticos em afirmar que existem limitações nesta perspectiva e que se faz necessário envolver as diferentes dinâmicas sociais, atores e arranjos institucionais (MOL; SPAARGAREN, 2002; 2005; GUIVANT, 2009). A segunda deriva das contribuições de Maarten Hajer (1995), através do livro The politics of environmental discourse (1995), onde propõe a construção de uma Modernização Ecológica Alternativa, que ele chama de modernização ecológica reflexiva, que será detalhada mais adiante. O enfoque da abordagem de mercado é viabilizado por intermédio dos empresários, tendo as empresas como atores- -chave nesse processo, sendo coercitiva e influenciando nas tomadas de decisões a nível global, sempre sofrendo a devida pressão por parte dos consumidores para que utilizem tecnologias de controle (ou curativas) e tecnologias limpas (ou preventivas) (LENZI, 2005), através do uso das chamadas “inovações eco eficientes”.

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