O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 91 meios populares, movimentos sociais, comunitários e partidos políticos entre outros, ainda hoje, são vistos por maioria acadêmica como pessoas que não possuem conhecimento científico ou teórico, ficando este rotulado como um mero “empirista” ou “basista”. Nesta mesma linha de aprofundamento, podemos ligar ao militante da educação o saudoso Paulo Freire. Ambos os autores, souberam apresentar um teor científico que ainda hoje leva alguns aprendizes a se animarem no resgate destes importantes teóricos brasileiros. Além disso, também se apresentam como âncoras, como militantes exemplares da educação, sem menosprezar as ressonâncias políticas polemizadas nas academias, enquanto educadores e provocadores de políticas educacionais acolhedoras, dos saberes e práticas empíricas que são pontos de partida para as pesquisas, valorização de análises intelectuais centradas na ética e no respeito às diferenças, uma dialética social e racial. Sem a intencionalidade de termos esgotado esta discussão, estamos cientes de que esta elaboração nos apresenta muitos elementos novos dos quais não tínhamos percepção e sistematização anteriormente. Diante disso, pretendemos que esse viés possa nos ajudar a olhar para esses novos conceitos e as formas comportamentais da branquidade e como isso pode estar envolvido ou não nas políticas de oportunidades ou inclusão/exclusão do outro e de sua visibilidade ou, ainda, se esta temática da branquidade pode estar podando sutilmente ou veladamente as inclusões das diferentes etnias que foram excluídas de todo contexto social e racial no Brasil.

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