O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

86 O espelho quebrado da branquidade prática ‘que aprende de modo humilde a partir das diferenças e rejeita a arrogância’”. Os estudos relacionados a essa má interpretação sobre as incapacidades da população negra não foram cientificizadas apenas nos meios educacionais brasileiros; o continente africano também foi estudado cientificamente como um continente sem sujeito e sem história. Os diversos estudos apresentados por cientistas - principalmente, por cientistas europeus -sempre apresentaram a África como um território praticamente formado por savanas, bichos selvagens, relvas e como um continente inferior. Enfatiza Hernandez que: [por] fim, também oferecem pistas para o questionamento de ideias preconceituosas, por vezes revestidas de humanismo assistencialista, que apresentam a África como um continente marcado pela incompetência para conduzir a si próprio, reduzindo-o ao lócus mundial da miséria humana, condenado à dor e ao sofrimento sem fim. (HERNANDEZ, 2005, p. 44) Por meio desta afirmação, enfatizamos a profunda importância de buscar conhecimentos, entendimentos e aprofundamentos em métodos que nos auxiliem nas abordagens que venham favorecer nossa busca de novas metodologias científicas centradas na perspectiva de valorização e inclusão, não apenas das culturas, mas especialmente de seus sujeitos. Não acreditamos nos métodos e formas doutrinais e treinamentos baseados na educação sutilmente controlada e vigiados através de mecanismos didáticos e pedagógicos. Para Rossato: Do ponto de vista freireano, pode-se ter certeza que uma educação focalizada no treinamento é uma educação de domesticação e desumanização, ou um sistema antiético baseado no controle vigilante. Desta for-

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