O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 65 Abriam-se diante de mim dois caminhos: um, o de lamentar as limitações de nossa acelerada “formação humanística”. Bem ou mal vai um país no qual um professor universitário treme diante das responsabilidades do juízo estético. Não é só um sistema de vida intelectual que sofre um impacto negativo. Penso em particular, na negligência dos críticos especializados, que só existem para os produtores de arte de prestígio consagrado, subestimando ou negligenciando a energia moça, pela qual se processam a afirmação e a renovação das grandes ou das pequenas literaturas. O segundo caminho seria o de avançar os resultados de minhas modestas reflexões. (FERNANDES, 1972, p. 182) As ideias de Florestan Fernandes nos indicam que pode ter muitos outros obstáculos também analíticos que não se encontram em dados estatísticos, mas em análises mais sistematizadas através de observações e investigações no cotidiano. No mundo acadêmico, nos esbarramos de algum modo com as críticas relacionadas à atuação centrada no conceito de militância. Fez-se necessária uma retomada também crítica nos dias atuais e que saibamos obtê-lo como bússola ética e científica. Nesta dimensão sociológica e crítica de Fernandes está implicada, também, uma trajetória pessoal comprometida e uma militância inseparável da dinâmica acadêmica e científica. Segundo Camacho: A contribuição de Florestan Fernandes para a teoria sociológica é fundamental, tendo dialogado com as principais correntes do passado e do presente, na busca da construção de uma lógica que vai desde as formas de explanação caracterizadas como descritivas

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