O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

64 O espelho quebrado da branquidade o método compreensivo sistematizado por Max Weber e o método dialético, formulado por Karl Marx. (CAMACHO, 2002, p. 76)18 Do começo ao fim de sua obra, a incorporação dos clássicos da sociologia passa pelo conhecimento e reconhecimento dos respectivos métodos de explicação em relação aos quais o arcabouço conceitual é decorrente. A sociologia fernandesiana não é uma sociologia sem método, uma sociologia de conceitos que flutuam arbitrariamente segundo os interesses subjetivos do pesquisador. A sociologia não é para ele um jogo de armar. Objeto e método, para ele, estão necessariamente comprometidos entre si, sem que isso implique ignorar a singularidade do objeto. A sua seriedade acadêmica e ao mesmo tempo o seu jeito militante, fazendo da própria academia um campo de militância, sem deixar de ser plenamente acadêmico, muito nos instigaram, entusiasmaram e abriram um horizonte infinito na discussão que propusemos. Com já referimos, o jeito militante de ser deste autor não está muito distante da nossa realidade pessoal e da trajetória, diferindo, evidentemente, nas condições, alcances, acessos e oportunidades intelectuais. De outro lado, a militância social e agora no meio educacional, ou seja, na universidade e as experiências vividas na militância dos movimentos sociais e dos movimentos negros e pastorais sociais, nos fizeram captar com certa facilidade e empatia a visão sociológica crítica deste autor em sua época. Na retomada dos estudos da obra de Fernandes, encontramos importantes eixos de amplas pesquisas e novas análises. Registramos um desses eixos que para nós confirma a sustentação diante das preocupações muito concretas do autor, quando afirma que: 18 Disponível em: <www.fclar.unesp.br/soc/revista/artigos_pdf_res/08/03camacho>.Acesso em: 10 de out. 2009. CAMACHO, Thimoteo. Mulher, Trabalho e Poder. O machismo nas relações de gênero da UFES. Florestan Fernandes e as ciências sociais no Brasil Revista Florestan. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo: ANPOCS, ano 11, n. 30, p. 11-15, fev, 1996.

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