O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 55 ta ciência que é positiva, mas também não asseguram mais unicamente uma “aura” original. Alguns cientistas como Domingues (2004), entre outros pensadores, estão apresentando reflexões enaltecedoras neste sentido, quando discutem a vocação científica weberiana. Com essas palavras diz este autor: Porém, que visão tinha ele do métier de cientista e que sentido conferia ao ato de refugiar- -se em gabinetes e arquivos, escrever ensaios e fazer ciência? Enxergava ele no trabalho do cientista um fim em si mesmo ou um meio para outros fins? Sabe-se que a resposta a estas questões deu-se Weber em seu famoso ensaio A ciência como vocação, e essa resposta no entender de muito está longe de ser satisfatória, porque povoada de ambiguidades. (DOMINGUES, 2004, p. 388) O ritmo acelerado de novas teorias emergenciais nos faz refletir sobre as novas propostas criativas no sentido das ciências socioeducacionais, sobretudo, no que se refere às culturas excluídas e a forma de exclusão que foram impostas em toda sociedade brasileira contemplando e fortalecendo a visão de uma ciência totalitária. Uma das chaves mais adequadas está nas contribuições iluminadas de Morin nos ajudando a aterrissar na concretude dessa complexidade. A complexidade aqui contempla ainda, a ideia de Morin (2006, p. 22) quando nos diz que “[trata-se] desde cedo, de encorajar, de instigar a aptidão interrogativa e orientá-la para os problemas fundamentais de nossa própria condição e de nossa época”. Neste sentido, Morin (2006) nos coloca diante de profundos desafios sociológicos, antropológicos e psicológicos no que tange a visão globalista que, a nosso ver, enfraquece a responsabilidade social e cega a visão das individualidades ou singularidade da pessoa humana, ou seja, daqueles que poderiam ser luzes e forças diante do mundo atual técnico e científico.

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