O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 47 inofensiva, mas verdadeiramente formam um repertório discursivo que garante a perpetuação de preconceitos, estereótipos e práticas discriminatórias em relação ao povo negro. Quando crianças e adolescentes ouvem adultos (as) criando “inocentes brincadeiras racistas”, sentem-se encorajadas a compreender a hostilidade racial como algo aceitável e a perpetuá-la como algo admirável. (SILVA, 2003, p. 40-41) Encontramos algumas teorias sociológicas marcadas por alguns autores que também tiveram esta mesma preocupação não apenas na linha sociológica, mas também aprofundando determinados aspectos psicológicos deste universo que se destacam como provocador das práticas raciais discriminatórias no cotidiano. Conforme Silva (ibid., p. 40), “[a] questão tem sido traduzir práticas racistas cotidianas, experiências concretas de discriminação racial, em violação de direitos teoricamente garantidos pela Constituição”. 1.4 Ideologia dominante e hegemonia branca As diferentes concepções de ideologia usualmente discutidas dão conta de uma longa história de construção teórica em torno deste conceito, medida por referenciais que, por vezes, são contraditórios. É difícil encontrar outra palavra nas ciências sociais que tenha um emprego tão frequente e uma gama de significados tão diferentes como o termo ideologia. Segundo Chauí: A ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias valores) e de normas ou regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem

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