O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

102 O espelho quebrado da branquidade [é] preciso promover as condições para a construção da igualdade. Para alcançar este fim, no que tange à universidade, é preciso criar condições para que as pessoas negras possam ter acesso a boas escolas e exercer profissões de prestígio, até agora destinadas a certos grupos sociais. (SILVA, 2004, p. 21) Isto tem muito a ver com um debate que vem de longe como já sinalizamos. Aliás, talvez seja importante recordar que a origem da historicidade do continente africano foi estudada duramente às avessas mostrando o quanto os cientistas da época foram negligentes no cuidado para com o conhecimento e reconhecimento deste continente. O Imperialismo e a ideia de raça foi uma construção ideológica e esmagadora das etnias não europeias. Segundo Arendt: Toda ideologia que se preza é criada, mantida e aperfeiçoada como arma política e não como doutrina teórica [...]. Seu aspecto científico é secundário. O imperialismo teria exigido a invenção do racismo como única “explicação’ e justificativa de seus atos, mesmo que nunca houvesse existido uma ideologia racista no mundo civilizado. Mas, como existiu, o racismo recebeu considerável substância teórica. (ARENDT, 1989, p. 189-214) As consequências dessas negligências científicas e metodológicas em termos conceituais, como foi o aprofundamento do racismo, são percebíveis com muita nitidez ainda hoje nos meios acadêmicos. Neste sentido, as deficiências de aprendizados tendem a se tornar cada vez mais equivocadas e restritas numa redoma cristalizada das instituições de ensino. Rossato36 declara que: 36 ROSSATTO, César Augusto. A cultura do controle vigilante e sua “ética” enganosa: globalização e neoliberalismo na fronteira México/ Estados Unidos. Universidade do Texas - El Paso Texas, EUA. Currículo

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