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1. INTRODUÇÃO

A construção civil brasileira necessita avanços em termos de reduzir o consumo de energia e os

impactos ambientais vinculados ao setor. São atividades do setor todas aquelas relacionadas às

edificações, incluindo extração de matérias primas, fabricação de materiais de construção,

realização da obra, manutenção e consumo de materiais bem como o consumo de energia ao

longo de sua vida útil e para demolição. Alguns dos setores industriais que mais consomem

energia no Brasil são relacionados com a produção de cimento, cerâmica, metais não ferrosos,

aço, produtos químicos e mineração, relacionados em algum grau com a indústria da construção.

Estes setores, associados, utilizam 75% da energia proveniente de fontes não renováveis

(TAVARES,2006).

Uma quantidade significativa de energia é consumida na produção, transporte e aplicação de

materiais de construção. Assim, a escolha de materiais e componentes de menor impacto pode

ser feita com base na análise da energia utilizada para a produção. Seguindo este raciocínio, os

melhores materiais podem ser considerados como sendo os que consomem menos energia em

seus processos de produção e aplicação na construção (GUERRERO; MELÉNDEZ, 2015).

1.1 Energia incorporada no setor da construção civil

Alguns estudos indicam que a energia consumida em uma edificação residencial, ao longo de 50

anos, é aproximadamente quatro vezes a energia incorporada em sua estrutura (PULLEN, 2000).

Todos os materiais têm algum impacto ambiental e ainda não há métodos para avaliar com

precisão o impacto total de um edifício. Mesmo a análise dos materiais, considerados

individualmente, é complexa. Para esses autores, a energia incorporada é uma das medidas mais

importantes para avaliar o impacto ambiental. No caso de países desenvolvidos, isso ocorre por

causa do uso de energia não-renovável, que é uma das responsáveis pela liberação de CO

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e de

outras emissões (ROAF; FUENTES; THOMAS

,

2014). No Brasil, há outras variáveis a serem

consideradas. As distâncias de transporte são maiores e geralmente ocorre por modais

rodoviários. Por outro lado, grande parte da energia consumida no país é gerada em

hidroelétricas, as quais tem impacto ambiental menor do que a energia proveniente de

combustíveis fósseis.

A energia incorporada pode ser definida como a quantidade de energia consumida para a

produção de um produto, material ou construção, e podem ser incluídos os passos de extração da

matéria-prima, e o transporte para a distribuição do produto no mercado (GAUZIN-MULLER,

2002). Segundo González et al. (2014), a energia consumida no ambiente construído pode ser

dividida em duas categorias:

A energia inicial consumida na produção do edifício, incluindo a energia necessária para a

produção e transporte de materiais, a montagem ou a aplicação no trabalho;

A energia necessária para a operação e manutenção do edifício ao longo do ciclo de vida e

para a demolição e remoção de resíduos, ao final.

Devem ser estudadas as duas parcelas, e as definições de projeto na escolha de materiais de

impacto sobre ambas. Em conformidade com este aspecto, considera-se a energia utilizada na

produção dos materiais de construção e também a utilizada na edificação e manutenção do

prédio, para se desconstruir, ou reciclar, os próprios materiais (TAVARES, 2006).

A energia incorporada inicial representa a energia consumida na aquisição de matérias-primas,

processamento, fabricação, transporte e a própria construção. Esta energia tem dois

componentes, diretos e indiretos. O primeiro refere-se à energia utilizada para o transportar os