A Segunda Escravidão e o Império do Brasil em perspectiva histórica

187 A inserção dos ingleses no império português: o caso da família Gulston no Rio de Janeiro, c.1710-c.1720 de coberta aos conhecimentos e carregavam inclusa de 1.280/8ªs (oitavas) de ouro carregado por conta de VM. nas naus de Guerra repartido como VM. vera dos mesmos conhecimentos e carregavam examinara VM. achando a certa lançara em nosso credito em 1.931.321 (1:931$32) que é a sua importância , no respeito a recomendação de VM. nos faz aunião que é necessária para o beneficio da carregação, esteja VM., na certeza que não haverá diferença em matéria nenhuma. (...). 31 Em outra carta de Ralph Gulston para Pinheiro, também de 1713, e também assinada em nome dos irmãos, o negociante inglês explicou ao colega português a baixa venda de vários gêneros de comestíveis e de fazendas secas. Infelizmente, o relato não especifica as causas da pouca demanda, se foi por excesso (oferta) de produto na praça carioca, ou ainda como rescaldo da situação complexa causada pelas invasões francesas, principalmente a de 12 de setembro de 1711, liderada por Du Guay Trouin, como a perda do navio Nossa Senhora do Rosário e os empréstimos forçados, para o Governador do Rio de Janeiro, para que este pudesse pagar o resgate aos franceses. Na carta, Ralph Gulston relatava: Sr. Francisco Pinheiro (...) Esperamos em D. s esteja VM brevemente entregue dada remeça que lhe fizemos na frota que quererá D. s levar a salvamento, os comestíveis de todo gênero tem pouca saída de presente fazenda seca vai a saber baetas a 780 e 800 rs côvados sarafina a 14.500 (14$500) e o mais a esse respeito, é o que de presente se nos oferece D. s g.de a VM. muitos anos. Muitos servidores de VM. 32 Em 1715, Joseph e Ralph Gulston enviaram cartas para Francisco Pinheiro, aos negociantes ingleses Guilherme Villet e Cudsden, à firma 31 (Grifo e destaque nosso). Ralph Gulston para Francisco Pinheiro, 10/08/1713, Carta do Rio de Janeiro, NC . v. II, p. 30. Patachoera um barco à vela, de dois mastros tendo, a vela de proa redonda e a de ré do tipo latina, podendo carregar de 40 a 100 ton; era utilizado para o transporte de mercadorias e de tropas. 32 Ralph Gulston para Francisco Pinheiro, 24/11/1713, Carta do Rio de Janeiro, NC . v. II, p. 38. Baetaé um pano de lã felpudo, que não foi apisoado (batido, encorpado a malho ) . Covadoé uma medida de comprimento equivalente a 66 cm. Sarafinaera um tecido fino de lã, usado para forro. A respeito das frotas do século XVIII, que ligavam Lisboa a Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro cf. (Godinho, 1953, p. 69-88; Lobo, 1975, p. 49-107).

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz