A Segunda Escravidão e o Império do Brasil em perspectiva histórica

126 A Segunda Escravidão e o Império do Brasil em Perspectiva Histórica Campos – São Sebastião, doravante EFCS; pela Estrada de Ferro Campos – Carangola, daqui por diante, EFCC; e pela Estrada de Ferro Campos – Macaé, designada por EFCM, esta última, margeando o leito do canal Campos – Macaé. Nesse eixo, concentrava-se a maior parcela da população escrava, alcançando 82% do plantel local, entre 1872 e 1881, incluída a população das freguesias ao extremo norte da província, desmembradas da Freguesia de Santo Antônio de Guarulhos, ou seja, Nossa Senhora de Natividade do Carangola e Senhor Bom Jesus. Esse percentual traduz a rápida expansão e ocupação do noroeste fluminense pela significativa expansão do café nas freguesias criadas depois de 1850, em áreas de confluência com a Zona da Mata mineira e as terras altas capixabas. Ao contrário de freguesias, onde a redução da população escrava era contínua, na Freguesia de Santo Antônio de Guarulhos, entre 1850 e 1863, a população escrava cresceu 47,49%. Sem dúvida, esse boomocorreu em razão da expansão do café nas duas novas freguesias beneficiadas pelo tráfico interprovincial de escravos depois de 1850. Tempos depois, entre 1863 e 1872, a população escrava dessas mesmas freguesias, somada à população cativa da freguesia de Santo Antônio de Guarulhos vão ajustar-se aos níveis de redução da população escrava das principais freguesias açucareiras, com índices em torno de 17%. A exceção fica por conta da freguesia central de São Salvador, cuja redução do contingente escravo chegou ao menor índice entre as freguesias campistas, no período de 1863 a 1872, ou seja, 7,84%. Talvez esse indicador representasse a concentração de mão de obra em atividades urbanas, em decorrência do processo de urbanização e da expansão mercantil provocada na região a partir da década de 1860.

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