A Segunda Escravidão e o Império do Brasil em perspectiva histórica

107 Raízes escravas da indústria no Brasil similares ao que ocorria nos demais países europeus, ou seja, sem grandes defasagens tecnológicas, como se deu na 2ª metade do mesmo século. A associação entre a modernização de nossa economia, ligada à grande abundância de produtos tropicais, ou a uma vocação natural do país, aparentemente, se tornou uma máxima em nosso desenvolvimento. Trabalhos de Teresa Cribelli, por exemplo, demonstram que a participação nacional nas feiras e exposições internacionais, particularmente a da Filadélfia em 1876, foi marcada pela valorização dos produtos naturais – como madeira, peles, frutos e raízes, e pelo processamento (melhoramento) dos mesmos. É significativo observarmos ainda que, no censo industrial de 1920, o Ministério da Agricultura anotava como “Cultura de Plantas Industriais e outras espécies arbustivas e arborescentes (...)” a produção de cana de açúcar, fumo, algodão, mamona, café, cacau, coco, maniçoba, dentre outras. 9 Sintomático é oMappa economico do Brazil , elaborado em 1911 pelo Engenheiro Civil Álvaro José Rodrigues, solicitado pelo Ministro da Agricultura, Indústria e Comércio – Pedro de Toledo -, que relaciona as riquezas nacionais a três categorias específicas: 1) a produção agrícola/ pastoril, destinada à exportação; 2) os produtos da terra (extrativismo e mineração), e 3) as indústrias manufatureiras. Tais dados se relacionam ainda aos do comércio internacional e aos das suas principais rotas, conforme pode ser visto na imagem a seguir: 9 Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Resumo de várias estatísticas econômico finan - ceiras . Rio de Janeiro: Typographia da Estatística, 1924. Cf. ainda Cribelli, (2013, p. 545-579).

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz