Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 1

91 RACISMO AMBIENTAL, ECOLOGIA INTEGRAL E CASA COMUM : UMA REFLEXÃO CRÍTICA A PARTIR DO FEMINISMO NEGRO E DA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS Adevanir Aparecida Pinheiro 1 Camila Botelho Schuck 2 Introdução Através da história de Sarah ‘Saartjie’ Baartman, mulher da etnia Khoikhoi, que, no século XIX, foi enjaulada e exibida em Freak Shows e ou- tros eventos, como uma aberração, o artigo busca problematizar os impactos das imagens de controle, ainda hoje, em diferentes espaços, focando assim, no espaço acadêmico, com relação à população negra e, especificamente, às mulheres negras. Entende-se que mesmo com os questionamentos, avanços e impulsos renovados advindos do movimento negro, do pensamento feminista negro e de diferentes esforços educacionais, como é, sobretudo, a “educação das relações étnico-raciais”, a população negra em geral e, particularmente, as mulheres negras se encontram como que enjauladas, percebidas pelo lado exótico e agressivo e tendo o seu conhecimento intelectual não reconhecido. Com o título ousadamente amplo “Racismo Ambiental, Ecologia Inte- gral e Casa Comum: uma reflexão crítica a partir do feminismo negro e da edu- cação das relações étnico-raciais” propomos revisitar os conceitos de racismo ambiental e o racismo estrutural, dentro de uma perspectiva abrangente e alargada de reflexão contemplando ecologia integral, justiça socioambiental e cuidado da casa comum , dando uma atenção especial ao pensamento fe- 1 Assistente Social. Doutora e Pós-doutora em Ciências Sociais. Professora do Programa de Pós- -graduação em Ciências Sociais, Universidade do Valeo do Rio dos Sinos – UNISINOS. Coor- denadora do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas – NEABI. 2 Bibliotecária. Mestre em Sociologia. Doutoranda em Ciências Sociais no Programa de Pós-gra- duação em Ciências Sociais, Universidade do Vale do rio dos Sinos – UNISINOS. DOI: https://doi.org/10.29327/523967.1-6

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