Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 1

Sílvio Marques Sousa Santos e Therezinha de Jesus Pinto Fraxe 60 ma (KUHN, 1978), no qual os saberes relacionados com o ambiente sejam a base desse conhecimento e desse novo modo de ser no mundo. Tudo isto já está em curso e em construção na história recente e presente. Nossa colaboração tem como interesse marcar conceitualmente a ar- queologia dessa nova racionalidade ambiental que, no entender de Leonar- do Boff e Enrique Leff, deve ser uma nova maneira de existir do ser humano no mundo, entendido como a concepção heideggeriana do dazein . Preten- demos, de maneira clara e concisa, contribuir no debate acerca dessa racio- nalidade ambiental. Nossa busca de entendimento é o paradigma da ecologia integral proposto pelo papa Francisco. Nosso chão é o conceito de campo em Pierre Bourdieu e nossa referência básica é o conceito de justiça socioambien- tal que vem sendo trabalhado por José Ivo Follmann. Procuramos entender elementos importantes do fundamento do campo da sustentabilidade . Neste sentido, a nossa pretensão se delimita na construção de uma teoria para uma comunidade concreta, sendo fruto das análises de elementos teóricos, os quais estão estruturalmente elaborados no marco das ciências ambientais. As ciências ambientais podem ser caracterizadas como instrumento de mediação entre os seres humanos, o meio e os vários campos científicos. Como são complexos os problemas ambientais, suas respostas são de todo complexas também, exigindo uma abordagem multidimensional, dada a própria compreensão mais abrangente e transversal do sistema ambiental. Nesse sentido, o desafio dessa abordagem é criar habilidades necessárias para analisar, compreender, explicar e resolver problemas que pressionam a so- brevivência do e no planeta hoje. É sem dúvida o novo campo da ciência que quebra os paradigmas da própria ciência, estabelecendo o seu. Dessa maneira, a reflexão, dada a própria natureza do campo da susten- tabilidade , faz-se necessária, posto que ainda não dispomos suficientemente de elementos que correspondam de maneira conceitual às lacunas existentes, como, por exemplo, o debate acerca do conceito mesmo de ecologia integral ; lacunas semelhantes encontramos na apresentação do conceito de injustiça socioambiental e com relação à múltiplos elementos para uma antropologia ambiental contemporânea e todos seus derivados. A aposta não está colo- cada no ponto de chegada, mas no ponto de partida como colaboração na reflexão acerca da cooperação na construção de um novo paradigma. O contexto temático em que o tópico desta reflexão está inserido é descrito em alguns conceitos fundamentais supracitados. Nessa perspecti- va, o apontamento de indicativos importantes da nova racionalidade, aqui compreendida como o paradigma da ecologia integral – proposto pelo papa

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