Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 1

59 ECOLOGIA INTEGRAL: NOVA RACIONALIDADE AMBIENTAL FUNDADA NA JUSTIÇA SOCIOAMBIENTAL Sílvio Marques Sousa Santos 1 Therezinha de Jesus Pinto Fraxe 2 Segundo Kurweil (2005), o mundo atual é um mundo de mudanças aceleradas. Grandes pensadores, entre eles Libânio (2011), analisando a his- tória contemporânea, nos dizem que não vivemos uma época de mudanças, mas uma mudança de época. Um dos movimentos mais importantes de mudança relaciona-se com o tema do ambiente. Seus problemas, os quais, preditos, analisados, verificados no último século, exigem da humanidade uma nova direção na forma de se relacionar com o cosmos, com o ambiente no qual nós nos desenvolvemos como seres humanos. Como afirma Edgar Morin (2003, apud LIBÂNIO, 2011, p. 354): “De tanto sacrificar o essen- cial em favor do urgente, acabamos por esquecer a urgência do essencial”. E está quase passado da hora de mudar isso. Os problemas ambientais põem questionamentos sérios à forma de vida da humanidade. Questionamentos que a humanidade, através da ciência e dos saberes, tem que responder. Concretamente, é aquilo que frei Beto (2019) sintetiza perguntando se para a humanidade há futuro no paradigma capitalista. Esta pergunta inclui tam- bém o socialismo chinês atual. Neste sentido, os grandes sistemas paradigmáticos atuais, capitalismo norte-americano e socialismo chinês, estão severamente questionados. Urge a necessidade de novos fundamentos ontológicos, hermenêuticos, episte- mológicos, elementos básicos de uma nova maneira de a humanidade existir (VAZ, 1999). É uma maneira que exigirá a elaboração de um novo paradig- 1 Filósofo. Mestre em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável. Doutorando em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Padre Jesuíta. 2 Agrônoma. Doutora em Sociologia. Professora no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Coordenadora do Núcleo de Socioeconomia – NUSEC/UFAM. DOI: https://doi.org/10.29327/523967.1-4

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