O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

74 O espelho quebrado da branquidade de Alberto Melucci, traduzidos para o português. Além disso, contempla também a ideia sobre as ações coletivas e os conflitos identitários envolvidos nas relações étnicas, a partir da obra A Invenção do Presente (2001). Buscamos, ainda, a complementação de autores como Maria Aparecida Bento, Vron Ware e Guerreiro Ramos, que contribuem para com a fundamentação teórica a respeito da temática da branquitude e da branquidade e suas manifestações históricas nas relações com as demais etnias, como veremos no capítulo terceiro. Compreendemos que as problemáticas raciais têm a ver também com os desdobramentos da branquitude e da branquidade e com os sujeitos envolvidos nela. Isso parece estar imbricado numa trama social e racial formando um jogo sociológico e psicossocial. Como argumenta Follmann na apresentação da obra de Melucci, o Jogo do Eu (2004), analisando a valiosa importância que o autor faz em torno de temas subjetivos e a aproximação sociológica com o sujeito. Follmann afirma: “[como] importante contribuição para a busca dessa sociologia mais próxima dos sujeitos”. Neste Jogo do Eu, continua Follmann, “o autor aprofunda os temas da subjetividade, da intimidade e do eu, como entidades socioculturais e psicológicas”. (MELUCCI, 2004, p. 9). Parece-nos que aí é o campo da esfera da “real realidade”, onde se dá um tipo de jogo muito sorrateiro e constrangedor, não apenas o jogo do “EU”, como coloca Melucci (2004), mas digamos aqui, o jogo do “nós”, ou seja das relações étnico-raciais. Como afirma o autor, “[o] jogo do eu pode tornar-se jogo tão somente se nos abrir a possibilidade de criar sem perder os nossos limites” (MELUCCI, 2004, p. 171). A nosso ver, do ponto de vista da psicologia, da sociologia e da antropologia, os estudos e pesquisas relacionados à educação das relações étnico-raciais necessitam de uma ética que possa envolver todos os cientistas destas áreas de conhecimento. Na visão de Melucci (2004) o jogo do eu está presente por toda parte da sociedade. Por isso, prima-se também pelo

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