O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

120 O espelho quebrado da branquidade morso frente aos ganhos inconscientemente egocentrizados, em prejuízo da cultura dos afrodescendentes. Esses elementos simbólicos podem estar se acentuando no sujeito branco que não se vê mais, em sua supremacia “naturalmente” fortalecida. Desse modo, aprofundar os conceitos de branquitude, branquidade, brancura, embranquecimento, branqueamento e demais conceitos relacionados à temática eurodescendente, desvendará muitos mistérios de poder que ficaram silenciosamente intocáveis pelos cientistas e pesquisadores das diversas áreas de conhecimento e, sobretudo, nas ciências sociais. Para alguns autores, o conceito de branquitude é um conceito vago sendo interpretado como uma categoria que possui diferentes significados. Segundo Ware: Como começar a analisar um tema tão vago, quanto a branquitude, em contraste com a supremacia branca ou o racismo branco? Como os contornos de uma nuvem amorfa, o conceito de branquitude pode ser difícil de definir e, à medida que atravessou lentamente os céus da consciência acadêmica na última década, foi interpretado como tendo significados diferentes. Um dos motivos dessa imprecisão está nas abordagens metodológicas e ideológicas divergentes que têm sido adotadas no estudo da raça e dos racismos, na formação dos sujeitos raciais. (WARE, 2004, p. 9) A imprecisão sobre o conceito de branquitude, não apresentando uma nitidez conceitual, será a causa do silêncio nas academias e nas escolas? O silêncio e as válvulas de escapes presentes no campo teórico, assim como no campo empírico, será que se revela no autoritarismo dos brancos? À primeira vista, talvez pareça uma ingenuidade levantar essas inquietações, mas torna necessária uma busca de entendimento e quais as implicações

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz