O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

110 O espelho quebrado da branquidade des. Weber fala da função do Deus especial na comunidade e no clã: Pero así como toda acción individual tiene su dios especial, así también toda acción comunitaria, que por otra parte lo necesitaba si el proceso de socialización quería ser garantizado de modo duradero. Siempre que una agrupación no aparezca como cuestión del poder de un solo dominador, sino como una verdadera “unión”, tiene necesidad de un dios particular. Esto se aplica en primer lugar a las agrupaciones familiares y de clan. (WEBER, 1999, p. 336) Foi deste modo que a maioria dos escravos e ex-escravos foram se confundindo em meio a um processo de sincretismo religioso, ora numa visão catolicizada, ora mantendo-se, mediante estratégias astuciosas, pelas forças ocultas dos espíritos de seus antepassados. Os negros que demonstravam adesão à religião branca eram vistos como os escravos bons de coração, ou, então, chamados de “negros de alma branca”. Os demais eram tratados como rebeldes e pagãos, por não aceitarem tal tipo de subordinação religiosa. Esse processo histórico religioso parece ter sido um processo de identidade e tradição religiosa também “domesticada”. Um processo que veio atingindo todos os campos sociais, interferindo, sobretudo, no processo de construção de identidade cultural psíquica dos negros e também o da identidade cultural psíquica do branco ou da branquidade em geral, que tem visões completamente distorcidas da dimensão da religiosidade de matriz africana. Neste campo religioso a própria formação da autoestima geralmente se apresenta desarticulada de sua historicidade e excluída dos parâmetros religiosos padronizados, o que é o caso do catolicismo e das igrejas protestantes. Um padrão não somente por dimensões doutrinais, mas dimensões de origem centrada na branquidade.

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