O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 11 ... Prefácio José Ivo Follmann Ter sido convidado para escrever o prefácio deste livro da Professora Doutora Adevanir Aparecida Pinheiro é motivo de muita alegria e um privilégio para mim, mas, também, sobretudo, um grande desafio. Conheço a Adevanir, ou, a Deva, como todos a chamam em nosso meio, desde meados da década de 1980, quando ela, muito jovem, já militava nas atividades pastorais na Vila Duque, em São Leopoldo, vinda das longínquas terras do norte do Paraná. A sua personalidade decidida, criativa, empreendedora e totalmente apaixonada pelo que faz, me impressionou desde o início. O seu engajamento pessoal pela causa do seu povo afrodescendente e seu jeito muito pessoal de não separar teoria e prática sempre chamaram e chamam a atenção. A construção intelectual que ela faz está profundamente embebida da “real realidade” vivida, como ela gosta de dizer e mostrar concretamente no seu dia a dia. Nesse seu jeito de ser intelectual não acontece a ruptura que muitos tanto lamentam, entre os rumos que a academia e o raciocínio lógico tomaram e a realidade concreta do dia a dia. Ela traz consigo, de forma natural, para dentro do debate acadêmico, o valor do senso comum, as emoções do cotidiano e as percepções militantes, ao lado de uma criativa, consistente e sempre inquieta elaboração teórica. Militante incansável, ela é, sobretudo, uma pessoa humana, grande conselheira e atenta companheira de todos e todas que permanentemente buscam o seu ombro amigo e, por que não dizer, as suas lágrimas solidárias. Isto, no entanto, não a descaracteriza de sua ardorosa busca intelectual em leituras sempre novas dentro da temática que mais a envolve.

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