A saúde mental em evidência: narrativas de um caminho utópico

65 CAPÍTULO IV – FORMAÇÃO E SAÚDE: RESIDENTES MULTIPROFISSIONAIS EM QUESTÃO Camila Martins Sirtoli1 Tamires Dartora2 A noção de trabalho para Bauman (2008) surgiu ao longo século XVIII e essa perspectiva se modificou ao longo do tempo. E segundo Lhuilier (2014) apesar de existirem diversos debates acerca do trabalho como: fim do trabalho, crise do trabalho, centralidade do trabalho, o que o trabalho mobiliza em cada pessoa depende de suas representações (internas e externas) de mundo e de si mesmo. Todavia, Barreto e Heloani (2014) afirmam que a relação indivíduo/sociedade é mediada de diferentes modos e uma delas é por meio do trabalho. O entendimento da relação trabalho-indivíduo é amplamente complexo e abrangem dimensões de saúde-doença, prazer-sofrimento, satisfação-insatisfação, entre outros. A prática do trabalho depende da relação que o sujeito estabelece, podendo ser compreendida como algo penoso ou que proporciona sentido em sua vida. Assim sendo, a atividade laboral é considerada um determinante social de saúde, reconhecida como um fator de adoecimento e podendo resultar em um significativo impacto na saúde mental dos indivíduos. Por isso, torna-se necessária uma análise não somente da organização do trabalho, mas também das relações subjetivas que nela são estabelecidas (COSTA et al., 2013; SILVA; COSTA, 2008). Uma das formas de se inserir ao meio de trabalho é através da formação pela Residência Integrada Multiprofissional em Saúde. Trata-se de uma modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu, visando o objetivo do ensino em serviço com dedicação exclusiva. Neste sentido, entende-se que o aprendizado do(a) residente ocorra unicamente nos 1 Psicóloga, especialista em Saúde Mental e especialização em andamento em Arteterapia: Processos Simbólicos. 2 Psicóloga, especialista em Saúde Mental, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e mestranda em Psicologia e Saúde.

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