A saúde mental em evidência: narrativas de um caminho utópico

18 Prefácio – Uma Nova Década Instiga Resistência Saúde, de validade nacional, com especificação de categoria e ênfase do programa. O objetivo principal dos programas de residência é formar profissionais especializados que visam o desenvolvimento de ações na lógica do trabalho em equipe de forma interdisciplinar e transdisciplinar. Tais ações estão pautadas no acolhimento, na integralidade, na humanização, na ética e na segurança, assim como na promoção da garantia de direitos. Portanto, as residências pautadas na ênfase da saúde mental desempenham esses objetivos e seguem os termos da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Baseando-se no conhecimento das Políticas Públicas, da Política Nacional de Saúde Mental e das diretrizes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). É importante reconhecer que nós, do coletivo de residentes em saúde mental, quando escolhemos o modelo formativo das residências multiprofissionais para aperfeiçoamento profissional, assumimos antes de tudo uma escolha política de formação. Adotamos a defesa do ético, político e social, assim como o compromisso e (co)responsabilização de enfrentar todas as estruturas que retrocedem e/ou seguem um caminho contrário à luta antimanicomial, à reforma psiquiátrica e ao cuidado humanizado. Para tanto nossa escolha, enquanto profissionais, por entrar em um programa de residência, significa algo além da garantia de uma especialização, evidencia um posicionamento político. Defendemos o Sistema Único de Saúde (SUS), ressaltando todos os princípios que o constituem e a saúde mental dialogada em uma corrente de defesa, na garantia de direitos e justiça social para todxs. A Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Mental, vivenciada por nós no seu modo conceitual, concretiza uma imersão. Assim, acrescentamos neste livro algumas percepções inseridas neste contexto de vivências realizadas durante os dois anos de formação. Nós, do coletivo de residentes em saúde mental, autonomeadas resistentes da atual conjuntura de cuidado na saúde mental, propomos essa escrita com base nas nossas experiências cotidianas. Além disso, levantamos algumas percepções frente à defesa da potencialidade de formação profissional caracterizada pelos programas de residência, enfatizando nossa defesa às normativas estabelecidas pela Reforma Psiquiátrica e um grito aos retrocessos que pairam na atualidade. Com a saúde mental dialogada na forma de uma defesa (necessária), nós do coletivo de residentes em saúde mental colocamos nas linhas deste livro uma experiência real, por vezes dolorida, e outros tantos momentos de fortalecimento coletivo. Aqui não se encontrará um passo a

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