Um jeito de ser e viver no kilombo de Mãe Preta

13 UM JEITO DE SER E VIVER NO KILOMBO DE MÃE PRETA PREÂMBULO Aurilene Ferreira da Silva Juscélio Mauro de Mendonça Pantoja É palavra sagrada! Livro-banquete da memória subversiva, da história não contada, da ciência negada. Em palavras poéticas, brincantes e proféticas, aqui se come vida. É comensalidade dos saberes! Nem menos nem mais saberes, mas saberes: saberes da terra, saberes do céu, saberes das coisas e saberes das gentes, das negras gentes, compar- tilhados e comidos com o mundo. “Porque comer juntos é um ato político e revolucionário”. É palavra de Vida! Vidas negras teimosas, resistentes, resilientes, ressurgentes, gestadas e paridas do coração das divindades, do útero fértil da mulher ancestral, da seiva vital da Árvore da Sabedoria. São Palavras sagradas! Na voz, nos corpos, nos afetos, no mundo brincante e amoroso das crianças “Moradenses”: nos desenhos, no “cadeni de pojetos” e nas raízes crianceiras dos “pitocos”, Encantamento e Etnoludicidade que ensinam: Brincar é Urgente! São palavras de vida! Da boniteza da poesia, da arte e do canto rebelde da juventude que ressoa aos quatros ventos: Vidas negras importam! São palavras de memória! Do calor umbilical da fogueira, do “fogo dos rezadores e rezadoras”, do Axé do canto e da dança, da força coletiva do Kilombo, do poder cura- tivo da Morada da Paz Memória do tambor do Coração: tum, tum, tum... da trilha, da mata, das águas sagradas. É mistério, é magia, é ciência Kilombola. Nos textos e contextos deste livro-vida, prazeroso manjar de palavras sagradas das deusas e deuses que alimentam nossa fome de vida, refaze- mos nossas energias na marcha politica pelo conhecimento, na luta teimosa pelo respeito igualitário, na busca constante da terra sem males, a “Yvy

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