A capoeira joga com a dureza da vida

73 A CAPOEIRA JOGA COM A DUREZA DA VIDA O deslocamento de alguns capoeiristas para um outro espaço emblemático da cidade de Porto Alegre, no caso a Usina do Gasômetro, com a intenção de realizar (no mesmo dia e mesmo horário que a roda do Chafariz da Redenção) uma roda de capoeira sem a presença de mestres me remete a um trecho de Simmel (2005), em “As grandes cidades e a vida do espírito”: [...] Onde os produtos da vida especificamente moderna são indagados acerca de sua interioridade; onde por assim dizer o corpo da cultura é indagado acerca de sua alma, como me parece ser atualmente o caso no que diz respeito às nossas grandes cidades, a resposta precisa ser buscada na equalização promovida por tais formações entre os conteúdos individuais e supra-individuais da vida, nas adaptações da personalidade, mediante as quais ela se conforma com as potências que lhe são exteriores (SIMMEL, 2005, p. 778). Figura 5: Parede grafitada no Quilombo dos Machado (Foto: Cássio Henrique Silva da Silva). Em um dos encontros da disciplina Antropologia Urbana 2017/2, a aula foi coordenada pela caríssima Professora Cornélia Eckert. O tema proposto para a realização da aula foi “Medo, violência e segregação na cidade”. Apresentei basicamente a textualização que segue, instigada por narrativas e observações geradas em interlocução com sujeitos que atuam na defesa desse território quilombola.

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