Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2

143 O DIÁLOGO ENTRE TEOLOGIA, CIÊNCIA E COSMOLOGIA INDÍGENA, A PARTIR DO CONCEITO DE “ECOLOGIA INTEGRAL” Adelson Araújo dos Santos 1 1. O Status quaestionis 1.1. Os tempos atuais Segundo a tese do historiador, ecoteologista e cosmologista Thomas Berry (2009), pode-se dizer que estamos entrando em um novo período his- tórico, uma espécie de era “ecológica” ou “ecozóica”, em que a vida humana passa a ser um elemento integrante e parte da natureza e onde a dimensão ecológica emerge como o horizonte mais amplo em que se encontram as vivências e inquietações de todos os seres humanos, enfim. Neste novo momento que a humanidade está vivendo, portanto, faz-se a passagem para a visão ecológica, que por sua vez aponta a uma nova visão cosmológica, o que nos permite elaborar uma nova narrativa ou concei- tuação de uma, assim chamada, “ecologia integral”. Além disso, este novo momento também nos ajuda a complementar e a superar a era tecnológica predominante nos últimos dois séculos, cujas lacunas foram causadas, em grande parte, por um discurso e um pensamento reduzido apenas ao refe- rencial científico-tecnológico. Ou seja, estamos saindo de uma era tecno- lógica, caracterizada pelo desencanto do mundo, para entrar em uma era ecológica, junto com uma nova cosmologia. E, do ponto de vista teológico, isto vem marcado também por uma maior consciência da presença do sa- grado em todas as realidades do universo. Podemos dizer, então, que esta era ecológica é também uma nova era espiritual. 1 Advogado e Teólogo. Mestre e Doutor emTeologia com Especialização em Espiritualidade. Pro- fessor da Pontificia Università Gregoriana – PUG, Roma, Itália. Diretor do Istituto San Pietro Favre per i Formatori al Sacerdozio e alla Vita Consacrata. Padre jesuíta. adelsonsj@gmail.com. DOI: https://doi.org/10.29327/523967.2-7

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